Yin-Yang

O conceito de Yin-Yang representa a dualidade, depois do Grande Tao se manifestar. Diferentemente da lógica aristotélica, em que os opostos não podem coexistir (tais como “a mesa é quadrada” e “a mesa não é quadrada”), o conceito de Yin-Yang representa forças opostas e complementares, sem que uma não exista sem a outra.


Tudo contém uma parte Yin e uma parte Yang, mas essa divisão não é clara e precisa, pois tudo é impermanente. Sendo assim, há um equilíbrio dinâmico que promove o movimento, e uma força se transforma em outra continuamente.

A força Yang é manifestada pelo princípio ativo, diurno, luminoso, quente, o Sol, o homem, o superficial.

A força Yin é manifestada pelo princípio passivo, noturno, escuro, frio, a Lua, a mulher, o denso.

No reino do pensamento, yin é a mente intuitiva, complexa, ao passo que yang é o intelecto,racional e claro. Yin é a tranqüilidade contemplativa do sábio, yang a vigorosa ação criativa do rei. 

O dia nasce com uma pequena força Yang e muita força Yin. A força Yang vai crescendo até que atinge seu ápice às 12h00, quando o Sol está à pino. Aí a força Yang é máxima e a força Yin começa a nascer até que se manifesta em seu ápice, às 0h00. Ainda assim, há força Yin dentro da Yang e Yang dentro da Yin pois nada é absolutamente uma coisa ou outra (vide os pontinhos opostos no diagrama do Tai Chi). 

“O aumento e a diminuição de yin e yang no céu e na terra são equivalentes à subida e descida da energia no corpo humano.” Lü em “As artes taoístas da saúde, da longevidade e da imortalidade – Os Ensinamentos dos imortais Chung e Lü”.

Além disso, são forças que além de complementares, são interdependentes, ou seja, não podem existir sem a outra. Por isso não há melhor, ou pior, não há hierarquia. O Yang só é positivo se comparado ao Yin que será negativo. Portanto não há julgamento de apenas um fenômeno sozinho. 

“Tudo é Duplo, tudo tem pólos, tudo tem o seu oposto, o igual e o desigual são a mesma coisa, os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau, os extremos se tocam, todas as verdades são meia-verdades, todos os paradoxos podem ser reconciliados.” O Caibalion 

Portanto dentre as grandes contribuições deste conceito podemos refletir sobre a conscientização da natureza mutável e a dualidade contida em todas as coisas, situações, atitudes, pensamentos e práticas no dia a dia. Assim como as ondas no oceano. Quanto mais alto a onda sobe, mais fundo é o sulco que a segue. Em um momento, você é a onda, no outro, você é o sulco que se forma atrás. O importante é aproveitar ambos — não ficar apegado apenas à um deles pois não é possível estar sempre no auge, ou sempre no vale. Nada é perene. O vale, por mais árduo que seja, é um relaxamento. O pico, a excitação. Os dois devem conviver e não devem existir sem o outro. A mente humana que não entende o ciclo e se apega à um ou à outro, estagna-se e não segue seu caminho. E o importante é que ela cumpra seu percurso. 

Erika Kanazawa - Massoterapeuta e Acupunturista 

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