Tai Chi Chuan para reabilitação cardíaca

Tai Chi Chuan como alternativa para reabilitação cardíaca. Estudo inédito do Clínicas mostra que a prática melhora a capacidade funcional de pacientes que passaram por infarto do miocárdio.

Um estudo inédito realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) mostrou que o Tai Chi Chuan pode ser utilizado como forma de reabilitação cardíaca em pacientes pós-infarto do miocárdio não complicado. A pesquisa recentemente publicado no American Heart Journal é resultado da tese de doutorado da profissional de Educação Física do Serviço de Fisiatria e Reabilitação do HCPA, Rosane Nery, que teve orientação do professor do Serviço de Cardiologia, Ricardo Stein. Nela, foi demonstrado também que a prática de Tai Chi Chuan proporciona um ganho na capacidade aeróbica semelhante a da reabilitação cardíaca tradicional, que envolve exercícios localizados com ou sem pesos e exercícios aeróbicos na esteira e/ou bicicleta.

Neste ensaio clínico randomizado foram avaliados 61 pacientes do Ambulatório de Cardiopatia Isquêmica do HCPA e também do Instituto de Cardiologia (IC-FUC), que haviam sofrido infarto do miocárdio não complicado há duas ou três semanas. Eles foram divididos em dois grupos: o primeiro praticou Tai Chi Chuan (estilo Yang) por três meses, três vezes por semana; o segundo realizou alongamento, três vezes por semana, durante três meses também. Os pacientes que fizeram Tai Chi Chuan melhoraram a sua capacidade funcional (aeróbica) em 14%, enquanto os que realizaram alongamento não apresentaram diferença com o início do programa. Não houve qualquer complicação com a prática do Tai Chi Chuan neste experimento.

De acordo com a pesquisadora Rosane Nery, apenas um pequeno número de cardiopatas têm acesso a programas de reabilitação. Dessa forma, o Tai Chi Chuan pode ser uma alternativa atraente para a reabilitação cardíaca convencional em pacientes que sofreram um infarto do miocárdio não complicado, uma vez que não requer nenhum equipamento (o que reduz o seu custo), pode ser realizado em grupo e em sessões ao ar livre, sempre que possível. No entanto, a professora alerta sobre a importância da presença constante de um instrutor treinado em Tai Chi Chuan. O estudo levou três anos para ser concluído.
FONTE: Hospital de Clínicas (http://www.hcpa.ufrgs.br/content/view/7386/927)

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